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Fones de ouvido representam perigo na perda de audição de jovens

  • Yasmin Machado Dias
  • 17 de nov. de 2017
  • 4 min de leitura

O Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) fez um alerta a respeito dos perigos à audição que pode ser causados por um uso irregular de fones de ouvido. O problema não está no uso dos fones em si, mas no fato que adolescentes e jovens o fazem com volume muito alto e isso pode causar danos irreversíveis. É claro que os fones não são os únicos culpados afinal as pessoas que moram perto de indústrias ou trabalham nelas também estão sujeitas ao chamado ruído industrial, que também é prejudicial à saúde.

Fones de ouvido quando utilizados com volume mais altos são extremamente prejudiciais à saúde. Foto: Yasmin Machado Dias.

Há cuidados que as empresas tomam e há fiscalização quando o assunto é ruído industrial, entretanto é necessário que as pessoas que utilizam o equipamento tenham consciência de que é necessário ouvir músicas ou utilizar os fones em alturas que não serão prejudiciais caso estejam expostas a isso por horas seguidas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sons superiores à 55dB (decibéis – unidade de medida de som) já podem incomodar e serem considerados prejudiciais, porém é através de exposições acima de 85dB que a perda da audição pode ser causada. A fonoaudióloga Luana Mara da Silva afirmou que também é importante avaliar o tempo de exposição ao sons, quanto mais alto, menos tempo uma pessoa deve ficar exposta.

É importante lembrar que a audição de uma pessoa é afetada naturalmente com a idade ou devido à exposição a sons altos durante muito tempo. Existem celulares que já avisam os usuários de que ouvir música em determinadas alturas, por exemplo, é prejudicial à saúde. Apesar desse aviso, é possível aumentar mais o volume e cabe ao dono ou dona do celular mantar o som mais baixo ou aumentá-lo, mesmo sabendo dos riscos.

Dos sete alunos universitários entrevistados de faculdades diferentes, apenas dois deles disseram que não utilizam fones de ouvido todos os dias. Os motivos são diferentes, mesmo que todos também afirmaram que utilizam fones quando estão sozinhos ou saem de casa sozinhos, no caminho de compromissos como aulas na faculdade.

A estudante de jornalismo Isadora Gonçalves afirmou que utiliza fones de ouvido quando se dirige a algum lugar ou quando está em casa e não quer incomodar ninguém. A bacharel em Comunicação Social e estudante de Letra, Lívia Saenz também afirmou que utiliza fones para não atrapalhar outras pessoas. Ambas afirmaram que não escutam apenas música, mas podcast também e que se aumentaram é porque não conseguem prestar a devida atenção com o som mais baixo.

Alguns celulares avisam quando o volume pode ser

prejudicial à audição e mudam de cor em alerta.

Foto: Yasmin Machado Dias.

Dos sete, cinco já tiveram ou ainda têm celulares que avisam quando o volume pode ser prejudicial à audição e que continuam ouvindo da altura desejada, mesmo com o aviso oferecido pelo aparelho celular. Os estudantes de fisioterapia, Anna Cecília de Miranda e Matheus Almeida foram os que disseram não utilizar fones de ouvidos todos os dias e não chegam à utilizá-los mais de seis horas por semana. O que não é o caso do aluno de engenharia civil, Victor Hugo Costa e Silva e das alunas do Instituto de Artes de Design, Ana Rita Amaral e Thaís Milena, que escutam música todos os dias, em percursos para as aulas ou outros lugares.

Thaís, inclusive, explicou que acha “o barulho da cidade muito estressante e ouvir música deixa as coisas mais amenas, agradáveis. Ainda mais por ser uma pessoa ansiosa, ouvir música me acalma e torna o percurso menos entediante.” Ela também acrescentou que a música faz parte do dia a dia dela e que por isso, os fones de ouvido também: “costumo usar na academia também e quando estou em casa, principalmente à noite, para ler ou relaxar depois de um dia cansativo”.

Para quem utiliza os fones todos os dias, como Ana Rita Amaral, a tempo varia de um dia para o outro, dependendo bastante do tempo que passa fora de casa. Mesmo que alguns entrevistados não utilizem o equipamento todos os dias, a média total por semana foi superior à oito horas.

A fonoaudióloga Luana Mara da Silva afirmou que o número de jovens com problemas de audição aumentou, mesmo que seja impossível ter o número correto, porque “adolescentes não costumam procurar, poucos chegam para fazer o exame, mas o que procuram com queixa auditiva normalmente tem perda”. Ele acrescentou que “a idade também varia muito, dos 14 aos vinte e poucos”.

E os danos causados pelo uso constante de fones de ouvido seja no trabalho ou atividade diárias das pessoas são permanentes, até existem perdas transitórias, porém “o fone acaba agredindo o aparelho auditivo a nível cocliar, que é o órgão auditivo, e provoca perda auditiva normalmente irreversível, explicou Luana da Silva. A cóclea, também conhecida como caracol por causa da sua forma, faz parte do ouvido interno e é um tubo ósseo enrolado em espiral dividido em três compartimentos, no qual as células nervosas estão organizadas de maneira que vai do tom mais baixo para o mais alto.

A principal prevenção, segundo a fonoaudióloga e a CFFa, ainda é tomar cuidado com o tempo de exposição, usar protetores se há muita poluição sonora no ambiente de trabalho e no caso dos fones de ouvido é necessário abaixar o volume mesmo. E se a pessoa estiver ouvindo ruídos ou tendo problemas para escutar algumas coisas, existe a audiometria, que é o principal teste feito em adultos, no caso, adolescentes e jovens. Além da audiometria, há o teste da orelhinha que é importante para saber se o bebê nasceu com problemas de audição ou surdo e se, a partir dos resultados, é necessária uma intervenção médica. No caso de crianças, a vacinação em dia é um diferencial e protege as crianças de problemas na audição advindos da caxumba ou meningite.

Novembro laranja

Durante esse mês de novembro está sendo realizado o Novembro laranja, ou Campanha Nacional de Alerta ao Zumbido, que busca conscientizar e alertar a população brasileira a respeito da importância do cuidado com a audição. Além do mês voltado para a prevenção da perda auditiva, dia 10 de novembro foi estabelecido o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, que também busca combater o preconceito, além de atingir o maior número de pessoas possível para discutir questões que envolvem a comunidade brasileira que tem problemas na audição ou é surda.

 
 
 

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*Trabalho da disciplina "Mergulhão de Hipermídia". Professores responsáveis: Flávio Lins e Wendell Guiducci.

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